domingo, 31 de julho de 2011

Homenagem a Hipérion

Mesmo tendo saído em vários locais, resolvi fazer uma homenagem, não só como amigo, mas também como brasileiro, aos campeões mundias da Robocup 2011. Os brasileiros Wallace Souza, Renato Ferreira, Luis Rogério e Ricardo Hahn que formaram a equipe Hipérion, ganharam o premio máximo na modadelidade Resgate A da Robocup Junior na Turquia, entre os dias 5 e 11 de Julho de 2011.
O robô pesa cerca de 2,5 kg, é feito com o controlador da empresa VEX, utiliza dezenas de sensores, dentre eles sensores de ultrassom e infra vermelho. O robô autônomo(faz suas próprias decisões), tem a missão de percorrer uma linha dentre a arena, desviar obstáculos e alcançar um andar superior, onde vai pegar pegar uma lata e levar para uma "área segura". Essa missão simula um resgate onde toda arena é uma área de desastre, que o robô tem que desviar de obstáculos e salvar uma vitima (a lata).

Desejo os sinceros parabéns, por este título inédito ao Brasil e que venham outros!


A Equipe



Brasileiros que participaram da RoboCup Jr 2011


O Hipérion

Obrigado Hipérion,

Lucas Cavalcanti

sábado, 30 de julho de 2011

A Nova Sensação: Arduíno

A nova sensação, já está presente em quase todas pesquisas relacionadas a robótica hoje em dia. Após poder trabalhar um pouco com ele e ter usado em campeonatos, resolvi vir ao blog e relatar mais sobre a Arduíno, disponibilizando materiais para as pessoas conhecerem mais sobre.


A placa Arduíno é uma plataforma livre feita com o microcontrolador Atmel AVR. Com entradas e saídas, que permitem o uso de motores, circuitos integrados, LEDs, câmeras, sensores, entre outros. A placa é muito usada no ramo da robótica por permitir ampla liberdade, sem deixar que a dificuldade ultrapasse as vantagens. Uma das maiores vantagens existentes é a quantidade de modelos da placa, diferenciando os microcontroladores dentre a série megaAVR. Dentre os modelos da série estão os chips: os ATmega8, ATmega168, ATmega328 e a ATmega1280; A grande mudança sobre a placa fora o processamento dos chips, é o numero de portas de entrada e saída, que vai de acordo com a capacidade de cada chip. Estas entradas e saídas podem ser digitais ou analógicas, sem falar também na saída PWM, fundamental no controle de motores. Alguns exemplos de nomes de placas Arduíno são: Uno, Mini, Duemilanove, Pro. Mega, dentre outras.


Para controlar a Arduíno possuí sua própria IDE (Integrated Development Environment), gratuita na internet, onde seu ambiente de programação foi feito em Java, baseado no projeto Processing.

Já a linguagem de programação foi feita a partir do projeto Wiring permitindo o programador programar com liberdade baseando em C/C++. A programação necessita ter 2 funções básicas chamadas de "void setup ()", onde só será executado uma unica vez, normalmente é uma função usada para informar à Arduíno os tipos de portas como: INPUT e OUTPUT; Já a outra função é chamada de "void loop ()", está vai ser repetida infinitamente pela placa, logo sempre que o algoritmo acabar ele irá voltar ao inicio da função "void loop ()", até que a Arduíno seja resetada ou que a fonte seja desligada, fazendo assim que quando executar a programação novamente volte para a função inicial, no nosso caso "void setup ()".




Hoje facilmente se encontra tutoriais e projetos para a Arduíno na internet, que ajuda na inicialização dos interessados no assunto, os projetos vão de simples até complexos dependendo do assunto desejado. Também é extrema a facilidade conseguir materiais na internet, já adaptados para a placa e de fácil uso, pois produzir circuitos para sensores e motores pode ou não ser complexo, logo para iniciar e para uso em projetos avançados (como campeonatos), circuitos prontos podem ser uma grande ajuda, mas sem deixar de falar que criar seu próprio sensor é desafiante estimulando o aprendizado e prazeroso ao obter sucesso.

Abaixo deixei alguns links para os que se interessaram no assunto, e desejam aprofundar e aprender mais sobre Arduíno.


- Site da Arduíno: -

- Tutorial para Iniciantes: -

- IDE da Arduíno: -

- Loja de equipamentos: -


Perguntas e comentários podem ser feitos por e-mail ou comentários abaixo, farei o máximo para ajudar.

Atenciosamente,


Lucas Cavalcanti

terça-feira, 26 de julho de 2011

05/07/2011 - A comida turca e nossas primeiras tentativas frustradas

Uma volta no tempo para contar os dissabores alimentícios deste dia, que haviam ficado fora da postagem. Regressando ao hotel após minha primeira incursão pela cidade de Istambul, decidi sair com os meninos para almoçarmos e resolvemos ir para Aksaray por dois motivos: para que vissem a cidade e para que provássemos comida turca, o que não havia acontecido até então.

A ida até Aksaray foi tranquila e escolhemos um pequeno restaurante para iniciar nosso experimento culinário.

O restaurante apresentava seus pratos na vitrine, o que facilitou (apesar de nosso receio dante da aparência de alguns pratos) nossas escolhas.

A partir daí, algumas situações surgiram: não havia faca nos talheres, mas isso foi facilmente resolvido quando solicitado (em turco, bıçak - pronuncia-se bãtchak). Segunda situação: ao pedir suco (mevya suyu), o garçom trouxe água (su). Outra situação facilmente resolvida.

A terceira e situação que acabou marcando este almoço foi protagonizada por Gabriel, Hugo e o dono ou gerente do restaurante. Tentando se comunicar em inglês, Gabriel solicitou para que sua comida - compartilhada com Hugo - viesse sem pimenta usando as expressões in fault e pepper. Resultado: o turco entendeu que faltava pimenta no prato e literalmente caprichou na dose. Após bastante risadas, circulamos um pouco por Aksaray e acabamos por voltar ao hotel.










À noite, juntaram-se a nós Alba, Ana Paula e Gabriel (irmão de Lucas), na tentativa de comer algo que não fosse McDonalds. Pegamos o trem e fizemos baldeação em Zeytunburnu, para pegar o metrô. Na baldeação, perguntei ao funcionário onde haviam lugares legais para se comer e ele nos orientou a ir para Kabataş - a última estação do metrô. 

No final das contas, acabamos chegando tarde em Kabataş e mal tivemos tempo de descer e descobrir que não havia nada de restaurantes ou lanchonetes no local - estava perto do encerramento das saídas de metrô. Kabataş é um dos terminais marinhos que localizam-se no estreito de Bósforo. Como prêmio de consolação, tivemos nossa primeira visão da Ásia, com a ponte pênsil iluminada ao fundo. Realizamos umas compras rápidas na loja de conveniência do posto de gasolina do local e tomamos o trem de volta, parando para jantar, na McDonalds!















 

RoboCup 2011

Um evento de robótica fantástico! Assim posso resumir minha impressão geral sobre a RoboCup 2011, realizada entre os dias 5 e 11 de julho em Istambul, Turquia.

Já comentei sobre a RoboCup várias vezes no blog Nossos Robôs, inclusive sobre a participação brasileira no evento de 2010. Mas, vale repetir que a RoboCup Federation é uma organização internacional que tem o objetivo de reunir esforços no sentido de promover o desenvolvimento da ciência e da tecnologia através de jogos e competições que se utilizam de robôs. Várias competições são realizadas em um evento anual, que também conta com um seminário técnico onde seus participantes podem apresentar o que desenvolveram e suas propostas.

A ideia principal é criar um incentivo para o desenvolvimento através da competição. Para isso, a RoboCup tem uma meta (um tanto ousada): criar, até 2050, um time de futebol de robôs humanóides, totalmente autônomos, que seja capaz de vencer a seleção humana então campeã da Copa do Mundo de futebol! Que tal?

Enquanto 2050 não chega, temos de nos contentar com as competições do presente. ;-) Estas são realizadas em diversas categorias de futebol de robôs (a rodas e humanóides), resgate de vítimas em ambientes de desastre e execução de tarefas domésticas, com categorias práticas e de simulação. O evento se divide em dois níveis, sendo a RoboCup Junior destinada a alunos de nível fundamental e médio (até 19 anos de idade), com categorias de Resgate A, Resgate B, Futebol e Dança.

Saiba mais sobre as categorias da RoboCup neste link.

Em 2011 a RoboCup contou com mais de 2600 participantes humanos e 1500 robôs, formando mais de 400 times! Tivemos várias equipes representando o Brasil em diversas categorias. Nas categorias para adultos fomos representados por uma equipe da FEI (São Paulo) na categoria Small Size do Soccer e uma equipe da UNEB (Bahia) na categoria de simulação 3D para futebol. Também tivemos uma equipe da UNESP de Sorocaba (São Paulo) participando da demonstração da competição Festo Logistics Competition.

Representando o Brasil na Robocup Junior, tivemos equipes do Colégio Santa Emília de Pernambuco (Guaiamuns Cibernéticos, no Dance Nível Secundário e Bando de Loucos, no Soccer Nível Primário), do Colégio Objetivo de São Paulo (Hipérion, no Rescue A Nível Secundário), do Colégio Mackenzie de Brasília (Órion 7.0, no Rescue A Nível Secundário) e do Instituto Federal do Espírito Santo - IFES (Emerotecos, no Rescue B).

Vale destacar a excelente participação da equipe Hipérion, do Objetivo de SP, que se sagrou campeã mundial na categoria Rescue A! Esta foi a primeira vez que uma equipe brasileira ficou em primeiro lugar numa categoria da RoboCup Junior! Parabéns à equipe!!

Também quero destacar a ótima participação da equipe Emerotecos, do IFES, que obteve o sétimo lugar na categoria Rescue B, como detalhado no blog Nossos Robôs!

Compartilhei várias fotos da RoboCup 2011 (e da participação da equipe Emerotecos) aqui.

Para mais informações sobre as competições e resultados oficiais da RoboCup 2011, acessem este link.

Espero que a evolução das equipes brasileiras na RoboCup continue nos próximos anos! Mas isso só acontecerá se fizermos mais investimentos na educação tecnológica, essencial para o desenvolvimento de nosso país.

Até a próxima!

P.S.: Paulo, obrigado pelo convite para contribuir com seu blog! Voltarei outras vezes. ;-)

06/07/2011 - Dia do registro dos times e segunda incursão a Istambul

No início desta manhã foi aberto o registro dos times da Robocup Junior. O registro foi dividido de acordo com as categorias e, após uma curta espera (bem, nem tão curta), o time tinha sua participação confirmada e recebia um kit consistindo de camisas para os participantes, certificados e materiais informativos sobre o evento e sobre a cidade - um mapa com informações turísticas.

Ao entrar no salão do Expo Center destinado às competições da RoboCup Junior, as equipes se dirigiram a seus pits pré-determinados, onde era permitido o acesso apenas a estudantes. A equipe Guaiamuns Cibernéticos, da Dance e formada por Lucas e Gabriel, teve seu pit atrás do palco, enquanto que a Bando de Loucos, do Soccer e formada por Otacílio e Hugo, teve seu pit na parte posterior direita da entrada principal do salão. Não houve competições neste dia.




















Aos orientadores, existia um espaço disponível com cadeiras e bancadas, onde tive a surpresa (nada grata) de descobrir que não seria disponibilizado acesso à internet no local. Esse foi o ponto em que o mundial ficou devendo, em minha opinião, principalmente porque foram disponibilizadas umas poucas senhas de acesso no dia anterior, não sendo liberadas a todos. Sem internet e sem ter como comunicar-me satisfatoriamente com as equipes, não havia muito que um orientador pudesse fazer durante o evento.

Encontrei o Mauro, orientador da equipe de Brasília, que havia vindo em outro vôo. Conversando com Felipe, orientador da equipe do Espírito Santo, resolvemos ir ao centro da cidade, Felipe e eu, em busca de eletrônicos. Então, nos dirigimos à estação de trem (havia uma próxima ao Expo Center) e, de lá, fomos até a estação de Zeytunburnu, onde fizemos a baldeação para o metrô, no qual nos dirigimos até a estação de Beyazit - onde se localiza o Grande Bazar (em turco, Kapalı Çarşı).

O Grande Bazar é o maior referencial da grande atividade comercial exercida milenarmente pelos turcos. Trata-se de um grande labirinto coberto de lojas, que foi criado pelo sultão Mehmet II, em 1453 - logo após a tomada da cidade, que marca o início da Idade Moderna. O Grande Bazar conta com vários portões de entrada, sendo nossa escolha a Porta de Beyazit, fotografada abaixo:



Abordados por guias turísticos mantidos pela prefeitura de Istambul (aparecem com camisas azuis na foto anterior, atrás de Felipe), fomos informados de que o Grande bazar não comercializa eletrônicos e acabamos por começar nossa visita pela Çadırcılar Caddesi, o Bazar do Livro.

Inicialmente os livros impressos eram considerados uma má influência e eram proibidos na Turquia. Apenas manuscritos eram comercializados no Bazar do Livro. Apenas em 1729 foi impresso o primeiro livro, um dicionário árabe. Este bazar é constituído por uma rua que termina em um pátio amplo, contendo inúmeras lojas que exibem seus livros, iluminuras, fotografias e outros souvenirs em pequenas bancas e em prateleiras no seu interior. O preço dos livros é bastante acessível e facilmente são encontradas obras de todas as áreas, inclusive livros muito antigos (e páginas de livros vendidas separadamente).




Regressamos à porta Beyazıt e entramos propriamente no Grande Bazar, pela Kalpaçılar  Başi Caddesi, a rua mais larga do local. É difícil não se encantar diante de tantos produtos ofertados e é praticamente impossível que o visitante saia sem ter adquirido algum produto de seu interesse (ou ter comprado algo que não precisaria comprar).













Saímos do Grande Bazar pela porta Çarşıkapı, seguindo em direção a nosso próximo destino: Sultanahmet.

A praça Sultanahmet concentra um complexo de jardins vastos e é onde se localizam monumentos significativos, como a Mesquita Azul (Sultan Ahmet Camii), Santa Sofia (Haghia Sofia) e o Hipódromo (At Meydanı). Impossível não se deixar levar pela história ao visitar esse local, repleto de memórias que nos são impregnadas pelo próprio ar.

Aproveitamos a parada para comer pasta (bolo, em turco) e, em seguida, nos dirigimos à Mesquita Azul. Antes de entrarmos, a visão do Hipódromo surge a nossa frente, com suas três colunas centrais: o Obelisco Egípcio, a Coluna de Serpentina e, ao fundo, a Coluna de Constantino Porfirogeneta (Coluna de Bronze), em reforma. O Hipódromo, que hoje constitui uma praça, foi uma construção romana para 100.000 espectadores por ordem de Constantino, sendo palco de corridas de biga. Em 532, esse local teve uma briga entre equipes rivais que acabou na Revolta de Nikos, resultando na morte de 30.000 pessoas encurraladas no estádio por um exército de mercenários a mando do imperador Justiniano.














Finalmente, entramos nos domínios da Mesquita Azul, onde visitamos o pátio, nos deixando impressionar pela grandiosidade da estrutura, rigorosamente simétrica e estonteante.








Saindo de Sultanahmet, tomamos o metrô até a estação de Yusufpaşa, e fomos até uma passarela subterrânea de Aksaray, onde finalmente conseguimos comprar os eletrônicos que tinham motivado nossa incursão. Em Aksaray, pegamos o trem que nos levou de volta até o ExpoCenter.